O professor universitário desempenha um papel importante na constituição
do conhecimento. Por outro lado, uma grande parte dos professores do ensino
superior tiver uma formação moderna, e sendo assim precisa sempre de atualização.
Neste trabalho pretendemos mostrar alguns (desafios) pontos em que o
professor universitário se deparar no seu dia a dia, e o que fazer diante dos
mesmos. A metodologia usada foi através de pesquisa de campo, por meio de
questionários direcionados alguns professores do ensino superior. Foi aplicado
Na cidade de Aracaju com os professores da Faculdade São Luis de França (FSLF).
Os professores responderam aos mesmos, em ordem de importância, da mais
importante, para a menos importante. Através de pontuação que vai do algarismo
um (1) ao cinco (5), dependendo do grau de interesse do mesmo.
Outra fonte de pesquisa utilizada foram algumas obras literárias de
escritores, isto é, pesquisas bibliográficas em livros, revistas e internet, o
qual trata do tema escolhido. O que levou a escolher este tema foi o fato de
que hoje, mas do em outras épocas, o professor universitário encontra em seu
dia-a-dia um grande desafio, que é antes de tudo formar cidadãos, consciente de
seus deveres e obrigações e acima de tudo críticos, respeitando a ética
profissional que o ofício exige. Segundo lugar esse mesmo profissional tem que
se realizar como pessoa e como profissional que é. Além do grande desafio que é
formar pessoas, quais são os outros desafios enfrentados pelo mesmo? E o que
fazer para superar esses desafios? Com quem o professor pode contas para
resolver esses desafios, se é que ele pode contas? Por quem e o porquê o professor hoje é
desafiado? São perguntas que muitas vezes nos leva a uma grande reflexão e um
caminho em busca de soluções. Segundo Gil, “São muitos trabalhos que se propõem
apresentar os atributos do bom professor. Mas quando se considera que são
tantos os papeis que lhe cabe desempenhar, percebe-se que sua identificação não
constitui tarefa das mais fáceis.” (Gil,2010,p.26). O autor coloca como algo
difícil de identificar, já que os mesmos desenvolvem vários papeis em sua
atuação como profissional do magistério.
È evidente que, o professor hoje tenha que desempenhar vários papéis,
para sobreviver, já que o profissional de magistério não é bem remunerado, e
por outro lado a própria instituição de ensino superior o exige do
profissional, que ele seja ao mesmo tempo professor, isto é, aquele que esta em
sala de aula para ensinar e, também como um pesquisador. Sendo assim, o
professor universitário termina exercendo mais de um papel dentro de uma
instituição de ensino. Por outro lado, como ele é mal remunerado, se ver
obrigado a uma carga excessiva de trabalho. Nessa busca de identidade, o
professor universitário não é mais visto como aquele que sabe tudo e que esta
apena para transmitir conhecimentos científicos. Muitas vezes ele é visto como
um orientador, facilitador do conhecimento e até mesmo como tutor no ensino a
distâncias. Diante de tudo isso o que fazer para melhora a ensino superior e ter
uma educação de qualidade em nosso país, e ao mesmo tempo ser valorizado e
respeitado? No entanto, já ficou mais do que provado através de pesquisas realizadas
por vários estudiosos que a educação muda a história de uma nação. Os países
que investiram em uma educação de qualidade e na pesquisa deram um salto em
qualidade de vida de seu povo.
Em nosso caso, o nosso país a educação ainda esta em passos lentos,
principalmente no que se refere à formação do professor para atuar no ensino
superior. Nessa busca de um ensino superior de qualidade, que desperte nos
nossos jovens o interesse pelo conhecimento científico e pela pesquisa. Por
outro lado sabemos que o ensino no Brasil trata se de um fato histórico
enraizado no inconsciente das pessoas, como afirma Gil, “que durante muito, não
se manifestou em nosso país com a formação do professor do ensino superior.”
(GIL, 2010. P.19). Essa falta de incentivo aconteceu e continuar acontecendo em
nosso país.
Quando estudamos a história da educação no Brasil, principalmente o
sistema de ensino superior. Enquanto, a colônia espanhola, desde o inicio de
sua colonização preocupava em criar universidade, isto já desde 1538, o Brasil
por sua vez só tomou essa iniciativa em 1808. Antes a educação estava nas mãos
dos jesuítas, que tinha como missão a catequização, principalmente dos nativos.
O escritor e professor Luiz Antônio Cunha em suas obras relata muito bem esse
período da história da educação superior no Brasil. Enquanto, que Selma Garrido
Pimenta e Lêa das Graças Camargos Anastasiou, em seu livro “Docência no Ensino
Superior”, trata de uma reflexão voltada para as influências européias e a até
mesmo alemã no ensino superior no Brasil. Ao longo desse trabalho, será usado
somente o nome de Pimenta, quando se tratar de Selma Garrido Pimenta e Lêa das
Graças Camargos Anastasiou.
Diante de tudo isso, é importante ressalta que as autoridades competentes
do nosso país, em conjunto com Ministério da Educação, devem investir na
formação de professores para atuar no ensino superior de qualidade, e numa
maior valoração do profissional do magistério, na busca de uma identidade
própria. E essa formação passa pelo uma didática, como ressaltar Pimenta em seu
livro, e também profissionais para área de pesquisa.
Talvez o maior desafio no momento, seja a busca de uma identidade própria
do professor universitário, enfrente a tantos desafios que o mesmo se ver
obrigado a enfrenta no seu dia a dia.
2 A IDENTIDADE DO PROFESSOR
UNIVERSITÁRIO
O conceito de desafio segundo o dicionário Larousse da língua portuguesa;
é o mesmo que ato ou efeito de desafiar, isto é, chamar a desafio, provocar,
incitar, afrontar.
Na educação o professor é levado a provocar o aluno no sentido da
aprendizagem, e ao mesmo tempo, esse mesmo professor passar durante sua carreia
por muitos desafios. É com esse propósito que queremos tratar dos desafios
enfrentados pelo mesmo.
A primeira grande preocupação foi com formação dos
profissionais de educação para atua no magistério superior, segundo GIL, em
nosso país nunca foi uma preocupação a formação do professor para atuar no
Ensino Superior.
Durante muito tempo, não se manifestou em nosso país
preocupação com a formação do professor para atuar no Ensino Superior, As
crenças amplamente difundidas de que “quem sabe ensinar” e “ o bom professor
nasce feito.”(GIL, 2010, p.19).
Já PIMENTA, vai mais além quando
escreve só a formação do professor, muitas vezes nunca é questionado o papel do
ser professor, sua importância na sociedade e no futuro de um país. Ela afirma
que essa passagem para a docência acontecia de forma “natural. “Assim, sua
passagem para a docência ocorre ”naturalmente”; dormem profissionais e
pesquisadores e acordam professores!”(PIMENTA, 2010, p.104).
O que isso quer dizer? Antes do ano de 1965, qualquer
um podia ser professor. Não existe uma preocupação em forma profissional para
atuar no magistério, principalmente na docência superior. Um médico, um
advogado, um engenheiro podiam lecionar, mesmo sem ser professor. Isso começou
a mudar com o Parecer nº 977 de 1965, do Conselho Federal de Educação, que deu
dois sentidos para a pós-graduação: o lato sensu e stricto sensu. O que se
tornou como requisito para aqueles que querem um cargo de carreira nas
universidades públicas, principalmente com a reforma universitária, segundo a
Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968.
Ao trata da docência superior a LDB (
Lei de Diretrizes Básicas), Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em seu
Art.66. Diz o seguinte: “A preparação
para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação,
prioritariamente em programas de mestrado e doutorado.”
Com a criação dessas novas leis o
profissional do magistério caminha para buscar uma identidade própria com a sua
valorização e formação, agora não é mais qualquer que pode assumir o papel de
ser professor, mas aquele que tem uma formação para atuar como tal, isto é, da
área da educação ou licenciatura. Ele precisa passar por uma formação com esse
objetivo.
O primeiro desafio é seria encontra
para esse professor uma identidade própria, já que a mesma estava ofuscada ao
longo do tempo. Pimenta ver com saída para esse problema o ensino da didática
nos cursos de formação do profissional do magistério. “A área da Pedagogia que
tem por objetivo de estudo o ensino é a Didática.” (PIMENTA, 2010.p.42). Como
termo grego diz “didaktiké” uma ação de ensinar, ou arte de ensinar. Através de sua obra, Jan Amos Comenius: “Didactica
Magna”, publicada em 1657. Que se fundiu o estudo da didática.
2.1 A formação do professor universitário
O professor universitário não só precisa ter conhecimento suficiente para
lecionar, como certa prática ou métodos de ensino, para que o conteúdo seja bem
assimilado pelos alunos. Vejamos o que diz Gil, ao escreve sobre a formação do
professor universitário:
As deficiências na formação do professor universitário
ficam claras nos levantamentos que são realizados com estudantes ao longo dos
cursos. Nestes é comum verificar que a maioria das críticas em relação aos
professores refere-se à “falta de didática”. Por essa razão é que muitos
professores e postulantes à docência em cursos universitários vêm realizando
cursos de Didática do Ensino Superior.(GIL, 2010,p.1-2).
Quando Gil afirmar, que hoje mais do que nunca o professor necessita
buscar essa nova metodologia através do estudo da didática. Para a escritora
Pimenta em seu livro Didática do Ensino Superior, em uma pesquisa feita pela
mesma, em que ela verifica o interesse de alguns pesquisadores pelo campo da
didática, ela chegou à seguinte conclusão, de que a Didática oferece inúmeras
possibilidades à docência universitária, a mesma cita nove possibilidades ou
temas motivos de pesquisas no que se refere à didática, que são: a) Sobre epistemologia
didática, que trata da epistemologia da prática e as teorias existentes; b) Sobre Didática, docência e pesquisa, a qual
ela cita o método de ensinar e conteúdo; c) Sobre teorias educacionais e
contextos escolares, fala das
contribuições das ciências da
educação; d) Sobre metodologias de ensino, relação comunicacional e técnicas de
ensino, fala das práticas
multiculturais, método de ensino; e) Sobre a prática pedagógica e resultados de
ensino em contextos de políticas educacionais, trata de pesquisa voltada mais para as séries iniciais da educação
básica; f) Sobre avaliação, os métodos e tipos de avaliações; g) Formação
inicial e formação contínua de professores; h) Ensino e aprendizagem; i)
Balanço das pesquisas em ensino. (PIMENTA, 2010, p. 51-62).
Segundo a mesma autora, o maior destaque é para a didática e a docência
na universidade. E em menor quantidade estudos voltados para uma analise dos
contextos da escola e das políticas de ensinar. Na visão da mesma verifica-se a
necessidade de pesquisas sobre: políticas públicas e formação docente incluindo
a de professores universitários.
O primeiro desafia seria formação de bons profissionais para atuar no
ensino superior. E a didática seria essa ferramenta necessária e importante na
formação desses profissionais. Por outro lado, esse mesmo professor se ver
desafiado diante de novas tecnologias, as quais podem servir como instrumento
de transmissão e facilitador do conhecimento cientifico, e aprendizagem do
aluno nos dias atuais.
2.2 Mundo informatizado
Segundo Gil, um dos problemas
considerado por ele como “problema” é a utilização exagerada do verbalismo,
isto é, o emprego de discursos longos e bem elaborados, feitos por muitos
professores, com objetivo de transmitir o conhecimento.
Muitos professores acreditam que a utilização de
discursos longos e bem elaborados é suficiente para levar os alunos a aprender
o conteúdo das disciplinas que lecionam. Mas, na maioria das vezes, o que esses
professores conseguem é que os alunos decorem parte do que foi apresentado, sem
que tornem capazes de compreender o seu significado ou aplicá-lo a situações
concretas. (GIL, 2010, p.218).
A fim de tornar a comunicação mais
clara e facilitar a aprendizagem, muitos professores vêm utilizando recursos
tecnológicos. Para alguns professores, esse desafio precisa ser superado,
principalmente para aqueles que pretende atuar como profissional da educação.
Portanto, com a introdução do computador na sala de aula e a conexão das
escolas na Internet exigirá do mesmo uma preparação adequada para lidarem com
as máquinas.
O termo tecnologia vem de origem
grega, isto é, Tec vem de TÉCNICA do verbo grego Tictein que significa “criar,
produzir, dar à luz”, no sentido não só da instrumentalização, mas com toda a
relação do meio e seus efeitos, e Logia= estudo. São exemplos de
tecnologias: televisão, telefone, fax, celular, rádio, lousa digital,
computador e os programas, data-show, CD-ROM, aparelhos de DVD e MP3… e Internet.
Os manuais de didática dedicam um
capitulo aos recursos auxiliares de ensino. Por outro lado, o professor do
ensino superior pode valer-se desses recursos, mas é preciso esta consciente de
suas vantagens e limitações.
Selma Garrida Pimenta, ela em seu
livro docência no ensino superior, citar três grandes desafios contemporâneos
que são: a) a sociedade da informação e sociedade do conhecimento; b) sociedade
da esgarçadura das condições humanas; c) sociedade do não emprego e das novas
configurações do trabalho.
Um ponto citado pela autora
refere-se ao mundo da informação, isto é, hoje as informações chegam em grandes
quantidades e velozes a qualquer parte
do planeta. O que muda no ensino? A profissão de professor pode vir a
desaparece? Há quem entre os estudiosos pensam
que houve uma mudança significativa no modo de aprender e ensina. Ao mesmo
tempo em que a profissão do professor poderia deixa de existir. È importante
refletir tudo isso que esta acontecendo.
No entanto, Gil à fala dos desafios atuais do professor universitário,
cita as competências do mesmo. Segundo ele, um professor tem que ter conhecimentos
técnicos, em determinada área do conhecimento; visão de futuro, principalmente
devido às mudanças tecnológicas e sociais; capaz de organizar e dirigir situações
de aprendizagem, que domine os conteúdos e traduza em objetivos de
aprendizagem; capaz de gerar sua própria formação contínua; transformador, que
se preocupe principalmente com o “aprender a aprender,” multicultural e
intercultural, sensível à heterogeneidade, e compreender a dinâmica da exclusão
social e da marginalização; reflexivo, autônomo e comprometido com a profissão;
capaz de trabalhar em equipe e aberto; capaz de enfrentar os deveres e os
dilemas éticos da profissão; que seja capaz de desenvolver o senso de
responsabilidade, solidariedade e o sentimento de justiça; capaz de utilizar
novas tecnologias, que saiba explorar as potencialidades didáticas dos
programas em relação aos objetivos do ensino.
Sem dúvida que tudo isso é muito importante e necessário no dia a dia do
professor universitário. A UNESCO sintetiza tudo isso apresentado por Gil, nos
quatro pilares da educação; Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
viver e aprender a ser. No entanto o
que Gil ver como desafios, pode não vir a ser grandes desafios para o
professor, diante de tantos outros fatores considerados mais graves e até
assustadores, como o caso da violência nos meios acadêmicos, envolvendo alunos,
e mesmo alunos e professores. Outra questão levantada na pesquisa feita com os
professores, em que 50% consideram a carga horária excessiva, como sendo um
problema. Muitos profissionais do magistério superior têm mais de um emprego
para pode ter um padrão de vida mais digna. Dos entrevistados metade tem mais
de um vinculo, ou exerce outra atividade fora do magistério.
Já a outra parte dos professores/professoras entrevistados, 50% afirma
que o maior desafio é ter que lidar com alunos que chegam ao ensino superior
sem habilitação mínima exigida para cursar o ensino superior.
2.3 O estudante universitário
As faculdades e universidade hoje têm em seus quadros de alunos
universitários os mais vários tipos, e que é motivo de estudos, para entender
como se dá o processo de ensino e aprendizagem hoje. Esse é um grande desafio
para os professores do ensino superior.
Muitos desses alunos entram muito cedo no superior na faixa etária de 17
a 18. E, portanto, falta de domínio da língua e as dificuldades na
interpretação de texto e redação. Entre outros problemas como individualismo,
falta de interesse e comportamento. Como deve o professor lida com situações
como essa? Principalmente para os professores universitários em início de
carreia? Não tem nada mais desgastante para um professor trabalhar com alunos
desmotivados sem interesse, individualistas, e que só esta na faculdade por
causa do diploma.
Pimenta cita uma pesquisa feita com 140 professores, e foram constatou os
seguintes pontos, com relação aos alunos: Falta de interesse, de motivação ou
comprometimento com aprendizagem;
passividade, individualismo, interesse só na nota e em passa de ano; falta de
disciplina. Já com relação à escolaridade: nível de conhecimento insuficiente
para acompanhar a graduação; dificuldades de interpretação, redação, leitura;
dificuldades de raciocínio, falta de criticidade; falta de tempo para estudar;
aluno que trabalhar.
Somado a tudo isso, ainda tempos os alunos assim, classificados de
“alunos problemas”, tipos agressivos, gosta de chamar a atenção dos outros e
com problemas psicológicos, sem falar daqueles usuários de drogas.
Alguns estudiosos têm maneiras diferentes tipos de classificação com
relação os alunos, como por exemplo, Mann (1970) faz seu estudo nas faculdades
americanas levando em consideração o lado emotivo dos alunos. Ele cita sete
tipos de alunos que são: os complacentes; ansiosos-dependentes; trabalhadores
desanimados; estudantes independentes; heróis; franco-atiradores; estudantes
que procuram atenção e os silenciosos.
Outra classificação é feita por Astin (1993). Que são os sábios;
ativistas sociais; os artistas; os hedonitas ( são aqueles que beber, fumar );
líderes; os direcionados para o status e os estudantes descomprometidos.
Uma das grandes preocupações na pesquisa citada por Mann, para o
professor hoje, esta no grupo dos Franco-atiradores, corresponde a 9% do grupo
pesquisado, são considerados hostis aos professores, difíceis de ser abordados,
são rebeldes e costumam se retirar quando questionados pelo professor. Essas coisas não acontecem somente com os americanos,
aqui também no Brasil acontece essa coisas, podemos cita o caso do estudante de
medicina Mateus da Costa Meira, jovem de 24 anos, que comete uma chacina dentro
do MorumbiShopping:
Mateus da Costa Meira (Salvador, 4 de abril de 1975), mais conhecido por "O Atirador do Cinema" ou "O Atirador do Shopping", é um
ex-estudante universitário da área de Medicina. A alcunha vem do fato de ter disparado uma
metralhadora portátil contra pessoas da platéia de uma sala de cinema de um shopping
center
na cidade de São Paulo. Segundo testemunhas oculares da ação, na noite de 3 de novembro de 1999, dentro da sala 5 do cinema do Morumbi Shopping, zona sul da capital
paulista, Mateus teria levantado de seu lugar, ido ao banheiro - onde teria
dado um tiro no espelho com sua submetralhadora Cobray M-11 - e depois ficado de frente para a platéia, sacando
novamente a arma e iniciando os disparos. Dessa tragédia resultaram 3 mortes, 4
pessoas feridas e mais 15 em pânico. Tal tragédia rendeu a Mateus o apelido que
carrega até hoje. O filme exibido no momento dos
disparos era Clube da Luta. Preso em flagrante,
acabou condenado a mais de 120 anos de prisão em regime fechado. Seus advogados
alegaram que Mateus era semi-imputável, ou seja, possuía consciência parcial de
seus atos. Depois de várias apelações judiciais, Mateus foi condenado aos formais
30 anos máximos previstos pela Justiça brasileira. Os advogados de defesa
tentaram, em vão, alegar insanidade mental de seu cliente e argumentar que
Mateus havia sido influenciado pelo jogo Duke Nukem 3D, no qual há uma cena
de tiroteio dentro de um cinema. No dia 8 de maio de 2009, Mateus tentou matar seu colega
de cela na Penitenciária Lemos Brito na cidade de Salvador e foi autuado por
tentativa de homicídio.( pt.wikipedia.org/wiki/Mateus_da_Costa_Meira).
Este é apenas um caso entre tantos outros. São fatos como esses, que
assusta o profissional de educação. Só em pensar que convivemos com mentes
desajustada como essa, se torna um grande perigo, não só para o professor e
alunos, mas também para a sociedade.
Um ponto citado acima por Gil e Pimenta, são aqueles alunos desmotivados
ou sem interesse nas aulas. Como trabalhar com alunos assim? Já que a motivação
é um dos fatores importantes na aprendizagem. Como fazê-lo aprender se ele não
quiser? Há que pense que a motivação é algo de fora para dentro. Ao contrário a
motivação é de dentro pra fora. Motivação significa mover. É a força que move
para alcançar determinados objetivos. Portanto, se o aluno não quer aprender,
muito pouca coisa o professor pode fazer. Vejamos o que afirma Gil:
Um estudante pode ser muito inteligente, mas ninguém
será capaz, de fazê-lo aprender se ele não quiser. Se submetido a uma situação
de aprendizagem, como, por exemplo, uma aula, ele provavelmente irá dedicar sua
energia e atenção para fins menos desejáveis. Por outro lado, um estudante
altamente motivado para aprender determinado assunto provavelmente fará melhor
do que outro estudante com a mesma capacidade intelectual, mas que não esteja
tão motivado. (GIL, 2010, p. 86).
O professor pode fazer alguma coisa para tenta motiva o aluno? Sim é
claro que o professor pode ajudar o aluno, com alguma técnica de ensino, que
leve ao mesmo a ser desafiado, alguns usam a técnica da recompensa, ou muda
suas aulas para torná-las mais interessantes. A autora Pimenta ressalta que é
tarefa do docente organizar as tarefas de ensino. Quando ela escreve sobre o
termo “Do ensino à ensinagem”. “Ao professor cabe organizar as atividades de
ensino, de sua inteira responsabilidade, e as de aprendizagem. Elas deverão
atender às características do conteúdo, do curso, da disciplina e,
principalmente, dos alunos envolvidos no processo”.( PIMENTA, 2010, p.212).
A motivação, portanto, é o que impulsiona para ação, e nesse caso, a ação
é o próprio interesse do aluno em querer aprender, e o professor pode ajudar.
O escritor Gil, também citar dez classes de alunos considerados
“problemáticos”: que são os irritados, agressivos, e desafiadores; aqueles que
gostam de chamar atenção e dominar as discussões; os desatentos; os que não se
preparam para as aulas; os desanimados; os lisonjeados e trapaceadores; os que
têm dificuldades; os que gostam de dar desculpas; os que gostam da verdade e
tudo são relativos e os com problemas psicológicos.
Deste grupo, todos são desafiadores para qualquer professor, porém, desta
relação podemos tomar dois tipos que merecem uma reflexão, “os agressivos” e
com “problemas psicológicos”. Como trabalhar o professor pode trabalhar com
esses alunos? Segundo Gil, o amor e o ódio são dois afetos. E sendo assim cada um
de nós estabelece essa relação com as pessoas que nos circulam.
Para os agressivos, ele aconselha que a melhor maneira seja ignorá-los,
já que muitos agressivos esperam que o professor entre no jogo. Com relação aos
estudantes com problemas psicológicos, aqui ele coloca aqueles que usam álcool,
e até mesmo faz uso de drogas. Alguns apresentam ansiedade, angústia e
depressão. O professor pode tentar conversar com esses alunos, o problema é que
muitos não aceitam ajuda. Caso o aluno
confie nesse profissional, cabe a esse professor saber retribuir essa
confiança, através da ética profissional. Vejamos o que Pimenta quando em seu
livro falar da heterogeneidade:
Sobre a elevada heterogeneidade em cada classe, a
diversidade de maturidade dos alunos e o aluno trabalhador, convém admitir que
lidar com o diferente não é fácil. Embora em nível de discursivo se proclame a
importância da diversidade, ao entrar numa sala de aula, seria mais fácil não
ter que lida com tamanha diversidade quanto ao domínio do conhecimento.
Acreditar e apostar na riqueza das trocas e usar essa riqueza na organização
das atividades na sala de aula é maneira de fazer frente à diversidade.
(PIMENTA, 2010, p. 237).
2.4 A ética e o professor
A
maior dificuldade do professor universitário pode não ser à formulação de
objetivos, à seleção de conteúdos, as estratégias de ensino ou avaliação de
ensino, mas à maneira de como os professores se relacionam com os estudantes,
seu colegas, com a instituição e com a disciplina que ministram.
O professor é responsável pelo desenvolvimento intelectual do estudante,
e pelo domínio das competências essenciais. O conteúdo da disciplina deve ser
atualizado, com significado para o aluno, e observando o nível dos mesmos e
privacidade.
Os estudantes têm direito à privacidade. Isso não
constitui apenas um princípio ético, mas também uma situação prevista na lei.
Dessa forma, o registro de notas, o registro da freqüência, assim como as
comunicações privadas entre professor e os estudantes, devem ser tratados como
material confidencial. (GIL, 2010, p.269).
O
professor evite qualquer interesse pessoal por um estudante que possa ser mal
interpretado. Pode acontece no ensino superior que um professor/professora se
envolver no relacionamento romântico com estudantes. O assédio sexual é
proibido no Brasil pela Lei Federal nº 10.224, de 15 de maio de 2001.
A avaliação precisa que seja
honesta e a mais objetiva possível. É importante que o professor informe antes,
de preferência por escrito, os critérios usados.
O professor também deve tratar bem
os funcionários da instituição com justiça e respeito. Não fazer pedidos que possa
causa problemas.
A relação com os colegas de trabalho. Vejamos
o que diz Gil: cabe aos professores tratar seus colegas com respeito e defender
em seus direitos. No tocante a instituição, o professor é convidado a assumir
uma responsabilidade coletiva, isto é, trabalhar para o bem da instituição como
um todo, respeitando as normas.
CONCLUSÃO
Sem dúvida que a prática do professor universitário
apóia no triple dos conhecimentos específicos da matéria que leciona, suas
habilidades pedagógicas e a sua motivação. Não só os alunos devem estar
motivados para aprender, como também, o professor motivado para ensinar. E esta motivação perpassar por muitas outras
coisas, como já foram vistas anteriormente, como uma boa qualidade de vida
desse profissional da educação. Como melhores salários, tempo para estudos e
planejamentos, local de trabalho digno, isto é, uma melhor valorização de sua carreia
profissional, e reconhecimento de seu trabalho.
Para superar esses desafios e outros, se faz necessário temos bons
profissionais da educação. O qual passa por uma formação digna e continuada, o
profissional da educação requer melhor qualificação profissional, seja na sua
formação inicial ou de cursos de especialização como mestrado e doutorado.
Valorização da profissão e da pessoa tanto, social como salarial. Para isso, é
importante que o mesmo disponha de tempo para o estudo e a pesquisa. Sendo
assim, o mesmo precisaria de tempo para o estudo, portanto, necessitaria de uma
carga horária de trabalho menor, e promoção como reconhecimento dos seus
esforços.
Por outro lado, aprendizagem que levar ao conhecimento, seja ele formal
ou informal, é algo não estático no tempo, está constantemente movimento,
renovando se o tempo todo principalmente, com o surgimento de novas tecnologias
como é o caso da internet. Um fato que venha acontecer no outro lado do mundo. Todos
podem ficar informados em questão de minutos, através dos sites de buscas como
a web, videoconferência, cursos à distância, etc. Logo, o professor se sente no
dever de conhecer um pouco desse mudo virtual. É evidente que, o professor não
precisa, e nem tem como dominar todas as técnicas existentes no mercado, por
mais que ele tenha boa vontade de aprender tudo do uso dessas novas
tecnologias. Mas ao usá-las o mesmo deve ter consciência de que, do mesmo jeito
que esses novos recursos têm suas vantagens, as mesmas apresentam em certas circunstâncias
aspectos negativos. Como o mercado dispõe de inúmeras de ferramentas
tecnologias disponíveis. Requer que profissional tenha muito cuidado na escolha
de qualquer uma dela. De tal modo que o uso dessas ferramentas, além do
professor saber como utilizá-las, use com responsabilidade, deve levar em
consideração os objetivos do conteúdo administrado.
Uma dessas ferramentas
muito utilizadas em palestra por algumas palestrantes é o PowerPoint. Ao
confeccionar os slides, não colocar muitos dados em um mesmo slide; é aconselhável fundo claro e
letras escuras; não abusar de algo que desviar a atenção do aluno do floco como
muitas imagens ou figuras apenas ilustrativas, e por fim, conferir a
ortografia.
Quanto ao relacionamento em sala de aula, esse
em alguns casos pode não ser muito fácil, já que a convivência com o outro
requer renunciar, isto é, sai do seu mundo interior e se expor a avaliação do
outro. Nesse caso o que o professor pode fazer para evitar os conflitos? É
normal em sala de aula o professor nota que um ou mais de estudantes, com
comportamento que prejudicial as aulas.
Importante
o professor conhecer os seus alunos, que haja um feedback durante as aulas,
respeito mútuo. Alguns professores aplicam em seu primeiro dia de aula um teste
para medir o nível de conhecimento e interesse do aluno pela matéria. Chamado
avaliação diagnóstica. Que pode servir só com objetivo de medir os
conhecimentos cognitivos, ou apenas o lado emotivo, como interesse pela
matéria, dúvidas, medos, perspectivas do curso.
Nos trabalhos realizados em sala de
aula procurar envolver toda turma mostrando para os mesmos a importância de sua
contribuição para o grupo. Em debates polêmicos deixar claro que a discussão é
no mundo das ideias e não trazer para o lado pessoal. Sempre que possível,
vinculando o conteúdo com a realidade, mas sem perder sua importância
científica. O que significar planejar exige que o professor defina objetivo e
metas. Executar, isto é, por em prática
o que foi planejado, e por fim avaliar o que foi trabalhado.
Avaliação é um processo necessário e
importante na educação, não só com objetivo de avaliar o sucesso ou o fracasso
do aluno, como também serve para o próprio professor se avaliar e traça novas
metas para o futuro. Porém, avaliação são momentos de muita ansiedade e tensão
para o aluno. Já que avaliação é vista por muitos alunos como instrumento de
punição. Para que avaliação não seja vista como algo negativo ela tem ser
justa, ética por que elabora, dentro daquilo que foi ensinado, clara. Deforma
que, o aluno não se sinta prejudicado, e que o professor não use a mesma para
diminuir o aluno.
A
ética fazer parte de qualquer profissional, seja ele médico, advogado,
engenheiro. Não poderia ser diferente como profissional de educação. Tratar com
respeito os alunos e os colegas de trabalho é itens fundamentais para uma boa
convivência em grupo professor. Saber diferencia vida pessoal, da profissional.
Como virmos neste trabalho, o papel
do professor é de fundamental importante, para o desenvolvimento de uma nação e
de seu povo. E o mesmo tem uma grande responsabilidade em suas mãos, que é
preparar e formar mentes humanas, capaz de transformar a sociedade em que vivem
no mundo mais justo e melhor. Nessa sociedade, marcada pelo individualismo e de
muitas vezes interesses pessoais.
REFERÊNCIAS
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co-autora). Minidicionário Larousse da Língua Portuguesa. 3ª ed. São Paulo,
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Tradução Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. A Construção do Saber. Porto
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Educação nacional e reforma curricular do Ensino Médio. Resolução nº 03/98.
Lei de Diretrizes e Bases da
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Pt. Wikipédia.org/wiki/ Mateus da
Costa Meira> Acesso em 01 març. 2011